No ponto de ônibus - 3
No ponto de ônibus - 3
Uma história de Antinoísta
AVISO
A história que se segue é pura ficção, jamais aconteceu. Você acessou a Nifty, então já sabe que é uma história erótica, envolvendo sexo entre rapazes adolescentes. Se você é menor de idade (menos de 18 anos) ou se no lugar onde você se encontra a lei proíbe este tipo de história, saia daqui. Ajude a manter a Nifty funcionando, faça uma doação: DONATION.
Depois de limpar o chão e a minha escrivaninha, usei um papel higiênico umedecido para limpar cuidadosamente os pingos da porra do Edu que tinham caído na revista. Já tivera a experiência desagradável de fechar uma revista respingada de porra e depois encontrar as páginas mais coladas do que se eu tivesse usado cola de carpinteiro. Confesso que me passou pela cabeça a estranha ideia de lamber a porra do menino antes de limpar a revista, mas algum pudor me reteve. Não que eu não tivesse já provado porra. Mas era a minha, lambida de minha mão, depois de uma punheta mais entusiasmada. Lamber a porra alheia era ultrapassar outra barreira.
O banho de chuveiro foi outra tortura. Sendo o momento regulamentar de eu satisfazer meu desejo sexual, segurei minha pica quase automaticamente e comecei os movimentos. Mas parei. Levaria muito tempo para chegar lá, mesmo tendo aquela memória recentíssima para servir de enredo. Afinal, não fazia meia hora que eu gozara litros de porra. Baixa pra mililitros, disse a vozinha da racionalidade dentro de mim. Suspirei de insatisfação. Quem haveria de pensar no sistema métrico numa hora como aquela? Tá bem, eu gozei demais, tinha sido a segunda punheta do dia, não restava nada dentro do saco para mais uma. Forcei-me a acabar o banho, me vesti e sentei-me para esperar meus pais.
O resto da noite transcorreu tranquilamente, até a hora de me deitar. Li um pouco, apaguei a luz e virei-me de lado para dormir. Era uma noite quente, eu usava apenas um calção velho e folgado, sem coberta na cama. Achei que dali a uns dez minutos teria apagado, mas não foi bem assim. A lembrança daquele dia deu um jeito de se intrometer em meus pensamentos. Seria difícil mandá-la embora. Fiquei pensando em mim como uma terceira pessoa:
Ele tocara punheta junto com outro garoto. Coisa de veado? Não. Todos os seus amigos já tinham feito aquilo. Algumas vezes ele participara, de outras ouvira contar. Ora era um concurso para ver quem gozava primeiro, ora uma apreciação coletiva de alguma foto realmente excitante, ora uma ideia que brotara sem motivo específico. Mas não se lembrava de ter feito isto depois dos quinze anos. Depois de chegarem a esta idade, todos os seus conhecidos só admitiam fazer algo de sexual com uma menina. Ele não discordava disso, embora fosse para quase todos uma questão teórica, pois sempre faltou a menina na equação.
Sim, ele tinha certeza de que dois de seus conhecidos já tinham feito muita coisa com meninas, mas os outros – e ele mesmo – continuavam recebendo obséquios apenas da própria mão. Então qual era o problema? O problema é que ele era um garoto de dezoito anos que acabara de tocar punheta junto com um garoto de quatorze. E um garoto que ele conhecera naquele mesmo dia, mesmo que morassem no mesmo prédio. Mas, pera aí. Por que dois adolescentes, mesmo que com quatro anos de idade de diferença, não podem tocar punheta ao mesmo tempo, olhando para a foto de uma mulher peladona?
Novamente a vozinha da racionalidade soou, atrapalhando a argumentação: você não estava olhando para a mulher pelada, você estava olhando para o garoto pelado, bem ali na sua frente. E que garoto! Um pequeno fauno, de corpo perfeito, de libido incontrolável, aspergindo de porra o chão do meu quarto como se fosse um jovem pastor helênico a tornar mais fértil o solo da Arcádia. Porra, essas imagens clássicas, aqueles gregos eram todos um bando de veados. Mesmo que o Carlos, que lia muito mais do que ele, dissesse que não era bem assim...
É isso, o Carlos. Não era ele que afirmava que tudo deve ser racionalizado e avaliado dentro dos parâmetros adequados? Tive que sorrir, ali no escuro. Falar desse jeito é cortar qualquer tesão. Bem, o Carlos foi um dos amigos com quem eu toquei punheta junto, séculos atrás, quando nós dois tínhamos quatorze anos. Mais de uma vez, por falar nisso. Ele morava sobre a Galeria Menescal, um edifício antigo, de apartamentos enormes, e seus pais não se importavam se ele levava algum amigo lá quando não estavam em casa. Por que não falar com ele?
Lembrei da primeira de nossas punhetas conjuntas. Ele descobrira, dentro da gaveta de uma espécie de balcão de bar – naquele tempo havia simulações de um balcão de bar nas casas bacanas – um baralho de putaria. Era algo francês. As costas das cartas não tinham nada de especial, eram aqueles arabescos coloridos exatamente iguais em todas elas. Mas na frente, além do valor e de um símbolo de naipe, havia uma foto de um casal fodendo. Coisa que os velhos tarados traziam de Paris ou sei lá de onde.
Provavelmente deviam ser umas fotos bem pouco atrativas, mas, para dois garotos de quatorze anos sedentos por qualquer coisa que cheirasse à erotismo, foram mais do que suficiente. Embora também não fosse muito fácil enxergar direito os detalhes nas fotos do tamanho de uma carta de baralho. Levamos as cartas para o quarto dele, espalhamos sobre a cama, ajoelhamos diante dela, um ao lado do outro, e pusemos nossas mãos para trabalhar. Já naquele tempo o pau do Carlos era maior do que o meu.
A última vez foi a mais emocionante e a mais perturbadora. Desta vez a inspiração foi uma banal revista de mulher pelada. Tínhamos acabado de chegar da praia e, como usávamos apenas nossas sungas, ficamos totalmente nus para nos masturbar. Sentamos no chão, de pernas cruzadas, para não sujar as cobertas da cama. A revista estava à minha direita. Do outro lado dela, virado ao contrário, estava o Carlos, com a revista também à sua direita. Começamos a bombear nossos paus, olhando a mulher toda arregaçada na foto, mas de vez em eu arriscava um rápido olhar para o Carlos, para sua pica, já de uns quinze centímetros, sendo manipulada com o vigor típico dos adolescentes.
Penso que ele também arriscava uns olhares para mim, mas não podia jurar. Acho que tal desconfiança deve, de alguma forma, ter aumentado minha empolgação, pois me movimentei com tanto denodo que numa hora me desequilibrei. Caí sobre o Carlos, as costas sobre seus pés, e num gesto instintivo para me apoiar minha mão direita esbarrou na mão do Carlos. Ele largou seu pau duro, que, por uma dessas ironias sacanas do destino, foi espremido por meus dedos espalmados.
Eu já devia estar vermelho com o esforço da punheta, mas devo ter ficado um pouco mais. Minha mão patolada naquela pica latejante, a minha própria pica, agora livre, erguida reta no ar, como um farol sobre um rochedo, devido a estar com as costas no chão. Por um breve momento eu quase pirei: eu estava com a mão no pau duro de meu amigo. Como explicar que era apenas um acidente, um gesto involuntário, uma resultante da força da gravidade? Por sorte o amigo era o Carlos, o racional, o pragmático.
Já que ele não podia segurar o próprio pau, impedido pela minha mão, não teve dúvidas, segurou a minha pica e continuou a punheta. Imediatamente eu fiz o mesmo, fechei a mão ao redor de seu pau e passei a punheteá-lo com o mesmo entusiasmo do dono. Nós dois fechamos os olhos, a revista esquecida, provavelmente já toda amassada, pois para facilitar o trabalho das mãos nossos corpos se aproximaram. Nosso ritmo aumentou, nossa respiração cada vez mais pesada. De repente, quase ao mesmo tempo, nossos paus explodiram. A sorte é que, com aquela posição deitada, nossa porra caiu toda sobre nossas barrigas e peitos.
Depois de um longo momento para recuperar o fôlego e a consciência, levantamos, com cuidado para não fazer sujeita, e fomos nos lavar no banheiro. Nada de banho, apenas lavar a frente do corpo e o pau. Vesti a sunga, sem mesmo me preocupar com me enxugar. Ele fez o mesmo. Nós dois, meio sem jeito, nada dissemos. Voltamos para sala e eu, ao sair, disse apenas um tchau, que ele respondei da mesma forma. Acho que ficamos um pouco ressabiados com aquela experiência de maior intimidade. Embora nosso relacionamento não tenha se modificado em nada, nunca falamos naquilo e nunca mais tocamos punheta juntos.
Sorrindo ao lembrar de tudo aquilo, pensei em como o Carlos encararia aquela história hoje. Não sei. Mas ele era exatamente a pessoa com quem eu poderia discutir minhas aventuras daquele dia. Amanhã falaria com ele e tentaria botar um pouco de ordem no meu comportamento errático. Esta decisão teve o efeito calmante de uma punheta, ainda que metafórica, pois dali a alguns minutos eu dormia serenamente.
Pelo visto decisões não valem muita coisa, porque no dia seguinte não consegui falar com o Carlos. Liguei para a casa dele de manhã, pelo bom e velho telefone com fio, mas ele tinha saído. Fora ao centro da cidade, comprar alguma coisa; almoçaria por lá e, à tarde, assistiria a uma palestra na Academia Brasileira de Letras. ABL nas férias, no verão? Só podia estar maluco. Lembrei da única vez que fui lá, levado por ele, claro. Era uma sala hermeticamente fechada, nem um tiquinho de janela entreaberto. Lá na frente, um velho recitava uma litania monótona sobre os parnasianos. Impossível haver alguma coisa mais letalmente chata do que a poesia parnasiana! Lá atrás, numa das últimas filas de velhas cadeiras com assento e encosto de palhinha, eu me contorcia, mal conseguindo respirar. Porra, aqueles velhos não eram imortais, eram mortos vivos. Ar não lhes fazia a menor falta.
Meio horrorizado com a imagem do Carlos asfixiado pelos miasmas daquela tumba, rodeado por vampiros provectos e ilogicamente banguelas, a resmungar com voz sepulcral “ora, direis, ouvir estrelas...”, sacudi a cabeça, afastando a cena do meu pensamento. Fui tratar de outras coisas. Acordara às dez horas, dali a pouco seria a hora do almoço, a praia ficaria para a tarde. Toquei violão, li uma revista, liguei e desliguei o rádio. Não conseguia me concentrar. Já era uma da tarde quando fiz meu sanduíche de praxe. Botei para dentro, com o auxílio de um refrigerante, depois lavei o copo e a faca, únicos utensílios necessários àquele tipo de almoço, e sentei no sofá da sala para fazer hora.
Lá pelas duas horas tocou a campainha. Abri a porta e me deparei com o Eduardo, só de sunga e sandálias de borracha, que foi logo dizendo:
– E aí, Tom? Vamos à praia?
Toda vez que eu via aquele garoto naqueles trajes alguma coisa reagia dentro de mim. Talvez porque ele fosse o que eu considerava a epítome dos quatorze anos. Pera aí, chamar um garoto bonito de epítome é uma maldade; uma garota bonita, é sacrilégio. O Eduardo era a imagem escarrada do que um garoto de quatorze anos deve ser: alegre, desinibido, sociável, esguio, cheio de energia, aventuroso. E, pelo menos na minha opinião, muito bonito. Sua pele bronzeada e com uma penugem ainda pouco perceptível dava uma ideia de maciez, que pedia imperiosamente para ser tocada. Por outro lado, seus músculos já se definindo e sua facilidade em se comunicar, mostravam que ele não era uma criança. Nem um homem, nem uma imagem, muito menos uma idealização. Era um menino recém-entrado na adolescência.
– Porra, você não dá um descanso – reclamei, exclusivamente para acentuar meu papel de menino mais velho. – Mas vamos lá sim. Espera que eu vou mudar de roupa.
Fui ao quarto e rapidamente tirei a roupa e vesti minha sunga, localizai meus chinelos e logo estava fechando a porta atrás de nós. Passei o cordão da sunga pelo anel em que a chave da porta estava presa e só então dei o laço, apertando bem. Enfiei a chave para dentro da sunga, cutucando sem querer a base do meu pau.
– Eu que não pegava nesta chave. Vai ter cheiro de pica – reclamou o Edu.
– Nunca diga: desta água não beberei.
– Que água? Não entendi?
– Sabedoria popular, cara. Um ditado antigo. Não precisa entender. Acho que nem os antigos entendiam, quando os ditados antigos ainda eram contemporâneos.
– E o que tem água a ver com chave?
– Nada. A ideia é nunca dizer que não vai se fazer uma coisa, pois as circunstâncias mudam. Talvez, em vez de pegar a chave, você queira pegar a pica.
– Nem nos seus sonhos, sua bicha tarada – disse ele, dando uma risada.
E lá fomos nós dizendo besteiras deste teor, falando abobrinhas, até chegarmos à areia. As meninas, mesmo as que moravam por ali, costumavam levar uma toalha, para não se sujarem de areia na hora de deitar ao sol. Os meninos locais não se davam a este trabalho. Sujou de areia, dá um mergulho e limpa. Os que vinham de mais longe também não haveriam de querer carregar uma toalha, pois já tinham que usar bermuda e camisa, para poderem entrar no ônibus.
Durante o tempo que ficamos na praia, apareceram amigos e amigas, meus e dele. Conversamos bastante, entremeando o papo com caídas na água, para amenizar o calor. O bom de ir à praia à tarde é que o sol ficava mais fraco à medida que o tempo passava. Ir à praia de manhã cedo também era gostoso, havia pouca gente, dava para correr na areia molhada ou dar uma estirada mais longa nadando. Mas eu não conseguia entender como alguém ficava se torrando ao sol do meio-dia. Pelo menos quem morava ao lado da praia e não tinha restrições de horário.
Acho que ainda não eram quatro horas quando o Edu me chamou para ir embora. Estranhei duas coisas. Primeiro, por que ele queria ir embora tão cedo? Depois, por que me chamar, se eu, em tese, não tinha nada a ver com ele? Olhei para o menino e vi uma pontinha de ansiedade em seu olhar. E minha voz interior – se é que isto existe na vida real – me disse: vai com ele e vê o que acontece. Acho que a minha voz interior é meio sem vergonha. Ali na agitação da praia, dizendo besteira e rindo com os amigos, não me detivera em olhar o corpo do Edu. Pelo contrário, meu pau só deu mostras de que existia quando passou por nós uma garota super gostosa, peitos na medida, bunda magnífica, o tamanho do biquíni inversamente proporcional à sua beleza. Todos os garotos dali a conheciam. Bem, conheciam só de ver, que ela jamais se dignou a nos dar sequer uma olhada. Só passava, ou melhor, desfilava. Devia ter uns dezoito anos, tinha aparência de rica e devia morar em algum prédio bacana, de frente para o mar. Tirando essa aparição erótica, o resto do tempo foi para mim de inocente castidade.
Agora era um menino, e mais novo do que eu, que vinha me lembrar de que eu tinha uma coisa chamada libido. Concordei em voltar para casa. Despedimo-nos dos amigos e eu deixei o Edu andar um pouco na minha frente, para poder apreciar sua bunda. Aquele traseiro nada tinha de feminino, era esbelto, da mesma largura que o resto do corpo, mas os dois globos eram perfeitamente redondos e se destacavam na base de suas costas, cobertos apenas pela sunga. Bem diferente da bunda portentosa da deusa que desfilava na praia, a nos torturar. Mas por alguma razão eu achava a bundinha do Edu igualmente maravilhosa e as duas tinham o poder de me deixar de pau duro. Por isso apertei o passo e me coloquei ao lado do menino, antes que o volume incômodo dentro da minha sunga se tornasse escandaloso.
Quando entramos no elevador do nosso prédio, o Edu olhou para mim meio envergonhado e me disse:
– Tom, minha mãe teve que sair e me disse que só estará de volta depois das cinco. Posso esperar lá na sua casa.
Se o garoto sabia que a mãe só estaria de volta às cinco, por que saiu da praia às quatro. Muitas hipóteses se apresentavam, mas claro que eu só considerei as indecentes. Demorei a responder, enquanto o elevador subia e eu soltava o laço do cordão da minha sunga, para pegar a chave de casa. Foi quando eu tive a ideia sacana de gozar com a cara do Edu.
– Pode. Mas você vai ter que abrir a porta – afirmei, oferecendo-lhe a chave na palma da minha mão.
[Continua no próximo capítulo.]